Chillout zone, ou fazer a minha própria roupa?
Agora que o calor atingiu níveis supra-saharianos e que os berberes voltaram para o deserto em busca de fresquinho, decidi seguir-lhes o exemplo e partir! Abandono a confusão, o barulho, a poluição da cidade e, principalmente, a escola (que agora já acabou, mas a minha mãe queria que eu fosse para um curso de verão, para não estar sempre em casa a chatear)!
O meu destino? A herdade da Vaca Flatulenta, na ilha do Cu de Judas, 10 km depois do fim do arco-íris!
Vou acampar num campo de futebol pelado, onde partilharei 2 sanitas turcas e um lavatório comprado nas sobras da primeira grande guerra com outros 200 mil campistas, 10 mil cabeças de gado extremamente flatulento - daí o nome da herdade - 250 cães ferozes, pertença da boa gente local e 3 esquilos cegos e surdos. Com alegria e espírito fraterno, tomarei banho em canais de rega - o nome que as pessoas do campo dão aos esgotos - ou, em alternativa, caminharei 40 km a pé, até à praia fluvial mais próxima. À noite poderei ver concertos de bandas com nomes impronunciáveis que, para ser sincero, nunca ouvi na vida (mas já pedi a um amigo para me gravar um CD), ou então ir para a tenda chillout, ouvir martelada até os tímpanos ficarem mais furados que uma rede de pesca ao jaquinzinho!
E tudo isto porque, meus amigos, vou para um festival de Verão!
Durante quase 1 semana regresso às origens, à pureza e ao encanto da mãe natureza! Renego esta sociedade materialista e vazia de espiritualidade, visto a minha recém-comprada farpela hippie (queria ter feito a minha própria roupa, como um bacano que conheci no ano passado, mas a minha mãe convenceu-me que era mais fácil ir à Zara) e abandono toda a tecnologia! Ou quase toda...só levo o mínimo indispensável: o telemóvel 3G com câmara (a minha mãe quer que eu telefone todos os dias e em vídeo-chamada, para ver que eu estou bem), o leitor de Mp3 portátil (preciso da minha música, que a daqui é um bocado esquisita), a câmara digital de 15 Megapixeis (fotos, duh) e a pen USB de 3GB (para meter as fotos).
Mas, como estava a dizer, monto a tenda no pelado e a partir daí é só inspirar o ar puro, conviver com os locais, observar os animaizinhos (ou, pelo menos, os 3 esquilos, que não se incomodam com os 4 triliões de watts, de som e luz, todas as noites) e gozar a natureza em comunhão com os outros 200 mil irmãos!
E, à noite, no intervalo entre duas cervejas e uma baforada, ainda posso gritar em altos berros "ó Elsaaaaaaaaaa", que é uma brincadeirinha muito engraçada, que o pessoal faz uns aos outros nos festivais e mantém a animação no acampamento, depois dos concertos acabarem. Durante o dia, temos os canais de rega para tomar banho ou, em alternativa, também há concursos dos patrocinadores: o "Beija-lhe a coxa Compal", em que tens de beijar a coxa a uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes um sumo de prémio ; o "Lambe-lhe a orelha Optimus", em que tens de lamber a orelha a uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes um SMS grátis ou, o meu preferido, o "Chucha-lhe o dedão Queijo Castelões", onde tens de chuchar o dedão de uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes uma sandes de queijo grátis. É sempre a bombar!
Volto daqui a uma semana - porque natureza a mais também chateia e estas sandálias de hippie da Zara aleijam-me os pés - cansado, mas cheio de histórias de bebedeira para contar ao pessoal.
3 Comments:
Ai, agora fiquei deprimida.
Vou ficar em casa.
é justo. Diverte-te.
Então encontramo-nos lá...
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