sexta-feira, julho 22, 2005

Os Stones vão lançar um novo album!

Os Stones vão lançar um novo álbum!

Esta deve ser a frase mais regularmente repetida na história da humanidade, ou pelo menos nos últimos 4500 anos, que é a duração aproximada da carreira destes senhores!

De facto, quando os Stones lançaram o primeiro album, os dinossauros ainda não tinham sido todos contratados para figurantes no Jurassic Park (e sequelas) e andavam livres sobre a terra. O Colombo ainda não tinha inventado a América e não havia Mcdonalds e o Keith Richards, não só ainda não tinha sido mumificado, como ainda tocava um pelo nasal de Tiranossauro esticado num pau porque, obviamente, as guitarras ainda não passavam de um sonho futurista na mente de alguns visionários!

E já nessa altura eles eram muito velhos!

E, desde então, os Rolling Stones insistem em lançar albuns ( já têm várias centenas editadas), em fazer tournées e em surpreender os fãs. Esta mania é de tal forma persistente que ser fã dos Stones se tornou uma tradição familiar, que passa de pai para filho ao longo de gerações, como se pode deduzir do diálogo seguinte entre 2 fãs (que optaram por permanecer anónimos):

- Fui ver os Stones pela primeira vez com o meu pai, que é fã deles desde a infância, tinha 12 anos. Depois fui com amigos da faculdade aos 18, tornei a ir vê-los com a minha mulher, 3 meses depois do nosso casamento e agora eles vêm cá e vou com os gémeos, que fazem 15 anos no dia do concerto!
- Olha, eu estive quase 30 anos sem ver um concerto deles. Tinha ido pela última vez, com 20 anos, com uma namorada da altura e só voltei a ir 30 anos depois, quando fui com o meu avô que também era grande fã. E isto já foi há 10 anos, por isso bem podes imaginar como estou ansioso por ir!

Com a sua longevidade, os Stones já se entranharam nas nossas vidas de uma forma indelével. Contamos com o lançamento regular dos seus álbuns, da mesma forma que contamos com as cretinices do Alberto João, com os fogos florestais no Verão, ou com a corrupção no futebol (cujos dirigentes são os mesmos, desde o lançamento do primeiro seu álbum).

Pela minha parte, espero ainda comprar muitos álbuns, ir a muitos concertos, sozinho, com os meu filhos e, por que não, com os meus netos!

Na minha opinião, já mereciam ser encerrados num laboratório, dissecados como se fossem rãs e estudados exaustivamente, para se descobrir o segredo da sua longevidade. E mesmo assim, duvido que parassem de editar álbuns e fazer tournées!

quinta-feira, julho 21, 2005

Chillout zone, ou fazer a minha própria roupa?

Agora que o calor atingiu níveis supra-saharianos e que os berberes voltaram para o deserto em busca de fresquinho, decidi seguir-lhes o exemplo e partir! Abandono a confusão, o barulho, a poluição da cidade e, principalmente, a escola (que agora já acabou, mas a minha mãe queria que eu fosse para um curso de verão, para não estar sempre em casa a chatear)!

O meu destino? A herdade da Vaca Flatulenta, na ilha do Cu de Judas, 10 km depois do fim do arco-íris!

Vou acampar num campo de futebol pelado, onde partilharei 2 sanitas turcas e um lavatório comprado nas sobras da primeira grande guerra com outros 200 mil campistas, 10 mil cabeças de gado extremamente flatulento - daí o nome da herdade - 250 cães ferozes, pertença da boa gente local e 3 esquilos cegos e surdos. Com alegria e espírito fraterno, tomarei banho em canais de rega - o nome que as pessoas do campo dão aos esgotos - ou, em alternativa, caminharei 40 km a pé, até à praia fluvial mais próxima. À noite poderei ver concertos de bandas com nomes impronunciáveis que, para ser sincero, nunca ouvi na vida (mas já pedi a um amigo para me gravar um CD), ou então ir para a tenda chillout, ouvir martelada até os tímpanos ficarem mais furados que uma rede de pesca ao jaquinzinho!

E tudo isto porque, meus amigos, vou para um festival de Verão!

Durante quase 1 semana regresso às origens, à pureza e ao encanto da mãe natureza! Renego esta sociedade materialista e vazia de espiritualidade, visto a minha recém-comprada farpela hippie (queria ter feito a minha própria roupa, como um bacano que conheci no ano passado, mas a minha mãe convenceu-me que era mais fácil ir à Zara) e abandono toda a tecnologia! Ou quase toda...só levo o mínimo indispensável: o telemóvel 3G com câmara (a minha mãe quer que eu telefone todos os dias e em vídeo-chamada, para ver que eu estou bem), o leitor de Mp3 portátil (preciso da minha música, que a daqui é um bocado esquisita), a câmara digital de 15 Megapixeis (fotos, duh) e a pen USB de 3GB (para meter as fotos).

Mas, como estava a dizer, monto a tenda no pelado e a partir daí é só inspirar o ar puro, conviver com os locais, observar os animaizinhos (ou, pelo menos, os 3 esquilos, que não se incomodam com os 4 triliões de watts, de som e luz, todas as noites) e gozar a natureza em comunhão com os outros 200 mil irmãos!

E, à noite, no intervalo entre duas cervejas e uma baforada, ainda posso gritar em altos berros "ó Elsaaaaaaaaaa", que é uma brincadeirinha muito engraçada, que o pessoal faz uns aos outros nos festivais e mantém a animação no acampamento, depois dos concertos acabarem. Durante o dia, temos os canais de rega para tomar banho ou, em alternativa, também há concursos dos patrocinadores: o "Beija-lhe a coxa Compal", em que tens de beijar a coxa a uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes um sumo de prémio ; o "Lambe-lhe a orelha Optimus", em que tens de lamber a orelha a uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes um SMS grátis ou, o meu preferido, o "Chucha-lhe o dedão Queijo Castelões", onde tens de chuchar o dedão de uma rapariga escolhida aleatoriamente, para receberes uma sandes de queijo grátis. É sempre a bombar!

Volto daqui a uma semana - porque natureza a mais também chateia e estas sandálias de hippie da Zara aleijam-me os pés - cansado, mas cheio de histórias de bebedeira para contar ao pessoal.

sexta-feira, julho 15, 2005

Adeptos de futebol ao longo dos tempos...

1900
- Veja só caro visconde, aqueles 22 meliantes a correr atrás de uma bola...dizem que é o novo sport que chegou de Inglaterra.
- Pois a mim não me convence, embora deva confessar que gosto das cores das jerseys...mas porque é que não dão uma bola a cada um e todos ficam satisfeitos? *
- Ahahahaha, mas que refinado sentido de humor o caro visconde tem...excelente graçola! O seu humor está ao nível do seu guarda-roupa...em que alfaiate mandou fazer esse jaquetão? É absolutamente encantador!

* N.B. : É verdade, esta piada é mesmo tão antiga quanto o próprio futebol e, mesmo assim, ainda há quem a use hoje...

Anos 60
- Cof, cof, cof...pois pá, a ver se conseguimos ganhar a Taça dos Campeões Europeus pela 3ª vez consecutiva. O Real Madrid não tem hipótese!
- Ah pois é...espanhóis fascistas de merda!
- Xiu! Tás maluco pá? Fala baixo que te ouvem! E roda mas é isso, que já tás mais maluco que a Janis Joplin!
- Janis Joplin...Isso é que vai ser um concerto...que pena não poder ir! Já não suporto a Amália!

Actualidade
- Ora bem, se vendermos o Alfredo por 8 milhões de euros, conseguiremos um ROI de 35%, que nos permitirá uma redução do passivo de curto prazo na ordem dos 4%.
- Pois e tendo em conta a boa conjuntura macroeconómica e as políticas de contenção que temos vindo a implementar, os custos fixos caíram 4.2 milhões de euros por ano, o que quer dizer que...
- Quer dizer que, se não houver uma flutuação anormal nas taxas de juro e se o preço do barril de petróleo se mantiver abaixo dos 50 dólares, temos liquidez para pagar o salário ao Sanderson, aquele central do Grémio de Iparacutiba!
- Pois é! E, ao abrigo do parágrafo 2, do artigo 5º, 3ª secção, do código laboral do estado do Ribeirão Negrão, podemos contratá-lo sem custo, porque lhe devem 2,356 meses de salário!
- Uhuuuu! Este ano é que vai ser...o campeonato da tesouraria é nosso!

segunda-feira, julho 11, 2005

Está aqui e existe: o teste da feijoada!

É certo e sabido que há muitos anos que a ciência procura, sem sucesso, a resposta a uma das perguntas mais importantes da história: como distinguir, com um procedimento simples, prático e barato, um homem a sério, daqueles de pêlo na venta, que cospem no chão, lançam piropos a um padre, na falta de outro rabo de saia nas imediações e cuja macheza transbordante se assemelha ao característico odor do suor, de um mariquinhas pé de salsa, perfumado como uma menina, que verte uma lágrima à mínima contrariedade, ouve belle and sebastian comovido e delira com poesia lamechas, passe o pleonasmo?

Pois bem, é com prazer que anuncio à comunidade científica e ao resto do mundo, ter obtido a solução para mais esta questão fundamental, após apurada e demorada investigação, que culminou com um bem sucedido, embora arriscado, ensaio, no último sábado, num desconhecido e tenebroso antro culinário da nossa praça.

É verdade, meus maravilhados e ansiosos amigos, a solução é o feijão!

Com efeito, os resultados são inequívocos e demonstram, para lá de qualquer dúvida, que a macheza de um homem é medida com exactidão através da quantidade de feijoada à brasileira que consegue ingerir numa só refeição. E a proporcionalidade é directa: muito feijão para um grande macho, pouco feijão para um pequeno macho, nenhum feijão para uma flor...não há que enganar! As razões científicas por detrás deste fenómeno são complexas e fogem ao âmbito deste blog, mas posso revelar, de uma forma muitissimo simplificada, que o grau de masculinidade de um mamífero, tal como a sua capacidade de ingerir feijão, tem a ver com a quantidade de uma determinada proteína por mim descoberta - a machina - presente no organismo. Mais detalhes podem ser encontrados no relatório completo da minha, não menos complexa, investigação que pretendo ver publicado, muito em breve, no New England Journal of Medicine.

As consequências práticas desta descoberta são tantas e tão importantes que é virtualmente impossível enumerar, ou sequer conceber todas, nesta altura. Desde montar laboratórios nas escolas de condução, para garantir que só os verdadeiros machos podem tirar a carta, contribuindo assim de forma decisiva para a redução do número de acidentes (que, como todos sabemos, são provocados exclusivamente por mulheres e mariquinhas pé de salsa), até usar testes de feijoada descartáveis para identificar os choramingas e colocá-los na outra equipa, nos jogos de futebol de sábado de manhã...as possibilidades são infinitas! E à medida que o tempo for passando e a tecnologia melhorada, muitas mais aplicações para esta descoberta revolucionária aparecerão com certeza. O céu é o limite!

As únicas limitações encontradas até agora neste teste, têm a ver com a impossibilidade de medir o grau de macheza de um vegetariano de forma precisa, devido à deficiente composição da feijoada vegetariana, que não está tão proximamente relacionada com a machina como a sua congénere brasileira. No entanto, também não é menos verdade que a corrente científica dominante actualmente - e à qual pertenço - coloca muitas reticências à existência real dessa criatura mítica, tantas vezes procurada mas nunca encontrada, o vegetariano-machão. E eu próprio devo confessar que, no decurso das minhas experiências, nunca encontrei indícios de machina no sangue de nenhum vegetariano.

Mas também, verdade seja dita, exista ou não a variante machão, quem é que quereria jogar à bola com alguém que acha que a melhor parte de um jogo de futebol é o apetitoso tapete de relva?

Cantiga de amigo

Ai senhores, ai senhores da liga galp
se sabedes novas do meu Miguelinho,
ai deus, e u é?

Ai lagarto, ai lagarto e tradutor de russo,
se sabedes novas do seu contrato,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu Miguelinho,
aquele que mentiu e não foi pró estágio,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu ex-amado,
aquele que mentiu sobre o que há assinado
ai deus, e u é?

D. Luís Filipe Vieira, o Campeão, principe-regente da Instituição e expoente máximo da cantiga de amigo à Benfica

segunda-feira, julho 04, 2005

Um artista português

Das mesmas pessoas que nos trouxeram declarações tão memoráveis como "Há certos bastardos, para não dizer filhos da puta", chega agora o novo êxito "não quero cá chineses nem indianos na madeira".

É verdade, Alberto João Jardim, o mais democrático de todos os ditadores autocráticos deste planeta, voltou a acertar em cheio no alvo, com as suas mais recentes declarações públicas!

Autor de talentos reconhecidos, com uma longa e bem sucedida carreira, de mais de 20 anos, alicerçada na falta de ética política, no terrorismo verbal e no desrespeito absoluto por todas e quaisquer regras de comportamento civilizado - com o apogeu absoluto a ser atingido nos sucessivos e bem regados carnavais da Madeira - Alberto João demonstrou, mais uma vez, que não é homem para repetir uma fórmula de sucesso até à exaustão e que não tem medo de explorar novos caminhos!

Ignorando as novas tendências da boçalidade e da anormalidade, já gastas de tão utilizadas por outros políticos menores, este é um Alberto João visceral na cretinice, liberto de tudo o que é acessório, que regressa a uma pureza e primitivismo na parvoeira, que nos faz lembrar grandes e saudosos nomes do passado, onde assumidamente bebe inspiração, mas não repete (um certo ditador alemão que todos conhecemos, é uma referência óbvia).

E se há uns meses nos tinha surpreendido com a sua bem sucedida e extraordinária incursão na área da ordinarice barata, com o memorável "Há certos bastardos, para não dizer filhos da puta (...)", o camaleão Alberto João reinventa-se agora e lança-se de cabeça no estilo racista e xenófobo criminoso, de novo tornado popular, depois de um período de menor fulgor, pela mão de alguns extraordinários jovens talentos, como o francês Jean-Marie Le Pen, ou o mais experimentalista, mas não menos talentoso italiano, Silvio Berlusconi! O seu mais recente trabalho - "não quero cá chineses nem indianos" - demonstra uma maturidade de homem experiente e vivido, que domina perfeitamente a nobre arte da baixeza política, mas tem um contributo e uma mensagem muito pessoais e íntimos a dar, no que é, sem sombra de dúvida, mais um grande, grande trabalho de Alberto João Jardim! Um regresso, tão aguardado como saudado, ao nível altíssimo a que nos tem habituado ao longo desta sua carreira tão longa, como rica!

É, sem sombra de dúvida, um dos maiores "bastardos, para não dizer, filhos da puta (...)" que temos em Portugal e já merecia uma condecoração presidencial! Sr. Presidente, sei que lê este blog com regularidade, pelo que deixo aqui o meu apelo sincero!